Não sou como São Tomé, só vendo para crê. Mas há coisas que, realmente, gostaria de ver porque são bem inusitadas, pelo menos aos olhos de uma nordestina acostumada com um pessoal minguado por causa das grandes secas. Claro que há as exceções. Sol a pino, desidrata e enruga a pele, além de curvar a coluna vertebral, diminuindo de tamanho. Imagine que tamanho vou ficar se meço, apenas, um metro e meio. Mas, vale salientar, que a distribuição dos atributos neste, pequeno, espaço foi bem dosada. Desculpem-me pela falta de modéstia. Aliás, modéstia, segundo um grande estudioso - que no momento não lembro o nome - é para pessoas fracas. Portanto, dispenso essa palavra. Nem sou hipócrita de usá-la só para agradar aos que fazem questão de serem modestos, o que não tenho nada contra. Quando sei, estufo o peito, sem medo de ser feliz e abro o bocão. Claro que, este bocão, é só um modo de falar, até porque, meu espaço é pequeno. Entretanto, quando não sei, reconheço minha ignorância. Cada um tem seu jeito de ser, o que devemos respeitar.
Bom, essa conversa toda é pra puxar um outro fio da meada. Tenho muitos amigos no Recanto das Letras - espaço online para escritores digamos, não reconhecidos- o que me deixa maravilhada porque, a cada, dia conheço novas pessoas. Tem coisa melhor que fazer amizades? Eu adoro! Não é que, recente, li um comentário de alguém que estava chegando neste espaço dos amigos. Curiosa, fui ver quem era o dito cujo. O bom foi que descobri um cronista de primeira. Mas, confesso que quando fiz a primeira leitura de uma das suas crônicas fiquei impressionada. Ora, ele começa pedindo para imaginar um cara com um metro e noventa, calçando coturno quarenta e seis. É um armário ou escada pra tirar coco aqui no nordeste? E, quando aos coturnos, pensei: durmo bem acomodada dentro de um deles. Isso se o moço não tiver chulé. Bom, acredito este não ser o caso, afinal é um moço de metrópole, limpinho. Assim espero! Porém, vendo a coisa por outro lado: a vida do paulistana é muito corrida. Será que este, tem tempo suficiente pra lavar esta caixa d’água? É, deste tamanho, não entra na classificação de sapatos. Paciência, quem sabe, um dia, saberei. Quando esse este dia chegar, imagine, a minha situação, pra bater um papo com este figurão. Com certeza, ficarei com um torcicolo dos diabos. Bom, mas o que importa se ele é amigo? Pode até ter bigodes de foca e nariz de tamanduá. Lembrei-me de uma música que fala sobre amigo.
Um fato, bem curioso, que descobri é, quanto aos seus gostos gastronômicos: só come massas, lanches, entre outras baboseiras, que, enfim, ao meu ver, nada nutritivo. Deve ser por isso que ele cresceu tanto na vertical, o que me remete a pergunta: Será meu novo amigo um palito de macarrão? Terá carne suficiente para um pastel? Também não importa, é amigo. Até andei lhe dando uns conselhos gastronômicos, nordestinos, para ele incluir em seu cardápio: feijão, arroz e mato verde e colorido (verduras). No entanto, o cara descartou, de imediato, a oferta de sopa de mandioquinha. Fez uma careta terrível e disse que detesta esta belezura de alimento. Entretanto, um dia se mostrou macho, pacas, e ingeriu sopa de mandioquinha só para não desagradar uma ex futura sogra. Meu Deus, o que não fazemos por amor.
Continuando com a gastronomia nordestina, meu amigo precisa conhecer nossos pratos típicos: mão de vaca, rabada, panelada, buchada, feijoada, mungunzá, cabeça de bode. Este nem precisa se preocupar, pois é tudo diet e light. Diet dor de barriga da moléstia, a gordura escorre no mocotó (tornozelo).
Outra descoberta que fiz, foi ele declarar seu amor pelos bichanos, mesmo que no início, quando mais jovem, teve que “domar” o pai a aceitar esses peludos andando dentro de casa. Contei-lhe minha experiência com um bichano que possui e, confesso, não foi agradável. Por isso agora só me envolvo com gato de quatro patas, apesar de ser mais trabalhoso. Mas fazer o quê? É a vida.
O moço tem outras excentricidades... Mas estas ficam para um outro texto. Seja bem-vindo meu novo amigo ao recanto dos amigos!!!