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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Tentativa de aproximação...




E me embrenho num poço de uma fundura sem dimensão. É escuro, confuso, tem idas e vindas, curvas sinuosas e não há retidão. O transporte que me conduz segue em velocidades que variam entre muito rápido a devagar quase parando. Mas vou, não sei bem pra onde, só estou indo. Sigo uma luz, quando há, pois, às vezes, a treva é quem me direciona. Tateando na escuridão, em paredes, muitas vezes, já galgadas por mim. Nelas, estão cravados, passos em terra firme, outros em areia movediça, que nem precisaram do sopro do vento pra se perderem no tempo. E o tempo vai e volta sem nos trazer respostas. Àquelas que poderiam preencher um vácuo, que por frações de segundos, chega a ser preenchido por um ser pleno e vasto. Entretanto, este ser logo se desfaz na poeira das incertezas que pareciam certas.

Acabo de tropeçar numa pedra, mas uma vez nela esbarro, como em tantos outros tropeços. Nem chega a doer mais, tão quantos foram nossos encontros. Ela só permanece lá, bem no meio do caminho. Poderia perfeitamente desviá-la já que nos cruzamos muito, mas sempre esqueço sua localização exata. Péssima em geografia. Minhas tentativas de diálogo com ela foram todas frustradas, afinal pedras não falam. Eu novamente num monólogo abstrato nesta paisagem variante carregada de interrogações. Estas se vão nas águas de um rio que parece tão límpido. Será? Porém de uma correnteza que me arrasta sempre pra muito longe. Um longe sem fim onde visualizo um começo risonho, enfim. Ou será um recomeço o que vejo? No momento visão turva e pensamentos confusos se arrastam neste prolongamento de uma estrada que me leva.

E vou sabendo que não sou muito nem pouco, apenas um ser tentando se entender através de sílabas que dialogam comigo, retratando que o escrever é um estado de espírito. Que por vezes, este espírito floresce em campos planos e verdejantes com um céu enorme pousado sobre sua cabeça, resfestelando-se com o calor e dourando de um sol sempre a sorrir, parecendo estar sempre apontando o caminho. Assim encontro a direção certa, até nublar... e vir mais sol... outras nuvens, enquanto a vida me permitir será assim porque viver é ser esta metamorfose ambulante, como escreveu com letras claras o Raul. Certamente por isso é tão maravilhoso estar viva!!!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Ele é o rei...



Lembro-me muito bem as primeiras notas musicais que acarinharam meus ouvidos, enquanto minha mãe me embalava, quando bebê, falavam de amor, paz e muita fé, e, eu acabava dormindo tranqüila, com riso de felicidade pela leveza sonora que me tocava. Ainda não entendia a linguagem dos adultos, mas me alegrava ouvir a voz, doce, da minha mãe cantarolando aquelas músicas. Só depois que fui me familiarizando com as palavras, é que descobri que as melodias eram do Roberto Carlos.

Em minha família, gostar do Roberto Carlos é tradição que passa de geração em geração: minha avó passou para minha mãe, minha mãe para mim e eu para meus filhos. Adorei ouvir domingo - agosto de 2009 - da boca do meu filhote de dezessete anos: Este cara só tem música massa. Isso me deixa orgulhosa porque, com o lixo musical que adoecem nossos ouvidos, hoje, ver um jovem falar isso mostra que eu e o pai conseguimos passar para nossos filhos valores indispensáveis à vida.

Recordo bem que o show, anual, do Roberto, na TV, era uma noite festiva. A família toda se arrumava – morávamos no sítio e não havia TV – e, em, procissão, íamos pra cidade assistir ao show. Show que emocionava e nos trazia um bem estar especial. Nem nos importávamos as léguas andadas, a pé, na poeira. Esta, se misturava às nossas boas lembranças que guardávamos até o próximo show. E assim foi até os meus 15 anos, pois a partir dos dezesseis vim morara em Mossoró. E aqui não precisei fazer grandes sacrifícios – gratificantes - para continuar vendo o meu rei cantar e me encantar sempre.

Não é a toa que o ele comemorou seus cinqüenta anos, de carreira, no Maracanã lotado de milhões de amigos, embaixo de chuva. E, ele que queria apenas ter um milhão de amigos. Também, convenhamos, quem sabe falar de amor melhor que o Rei? Desconheço. Mesmo com sua timidez, de menino do interior, ele arrasta multidões. Por trás de seu sorriso, tímido, percebo um eterno conquistador de corações. A beleza de suas músicas vêm da simplicidade do seu ser; da humildade que demonstra ter e da valorização da vida, dos amigos e, acima de tudo, de sua fé em Deus.

Desconheço fatos em que, este, tenha se envolvido com drogas, o que poderia ter acontecido como aconteceu com tantos artistas da sua época. Sempre se manteve na dele. Como um pássaro veio demonstrar ao mundo o seu amor, por meio de suas canções. E o faz com propriedade, até quando cantou, debaixo dos caracóis dos seus cabelos em homenagem ao Caetano Veloso quando foi exilado.

Sou tão fã que tenho certeza que ele fez para mim as músicas: mulher pequena e mulher de 40. Pensando bem, ele, já escreveu músicas para uma legião de pessoas. Por isso, se identificam com elas. Por perceberem as mensagens maravilhosas contidas em seus versos. Mas, o que mais me encanta, são suas mensagens de fé e esperança. Na vida, ele já passou por tantos momentos difíceis, entretanto a sua fé sempre o salvou. Que isto sirva para nós como um lema de vida: Por mais que a tempestade ronde nossas cabeças, acima dela está o Todo Poderoso, capaz de nos fazer superar qualquer dificuldade, basta crer e orar sempre.

Rezo com toda a minha fé - e não é pouca - para que Jesus Cristo lhe permita muitos anos de vida, para você continuar enchendo o mundo de amor e nossas vidas de alegrias. Porque além do horizonte, deve ter, escrito com letras bordadas, como é grande o meu amor por você. E nada que aconteça fará com que eu esqueça, detalhes tão pequenos de nós dois, como: os botões da blusa que você usava e os lençóis macios, pois depois da cavalgada vou pedir um café pra nós dois.

sábado, 11 de julho de 2009

Refletindo sobre Gestão...



Sou pedagoga e iniciei minha carreira profissional numa época em que os diretores das escolas públicas, brasileiras, eram escolhidos pelo seu QI (Quem Indica – os políticos). E, isso me incomodava muito porque, gestão não é tarefa fácil, requer muito conhecimento na área de humanas e na área das exatas também. Apesar de eu ser muito ruim na área das exatas, acredito ser mais fácil trabalhar do que nas humanas. Uma vez, que vamos lidar com subjetividades pessoais, interesses particulares, mau incompreensão de funções e por aí vai.
Entretanto, essa época passou e me trouxe alegrias em saber que a comunidade escolar, agora, é quem escolhe o seu próprio gestor. Bom, de imediato pensei: a politicagem vai acabar, só pessoas comprometidas, com a educação, vão gerir nossas escolas. Ledo engano, pois percebo claramente, hoje, que pouco mudou. Os candidatos a gestores fazem dentro, da própria escola, a politicagem que sempre fui contra. Antes, esta acontecia fora dos muros escolares, agora dentro.
E, o pior de tudo é que educador e educando são todos envolvidos diretamente nessa sujeira de jogos de interesses. E nós educadores somos exemplos...
Então percebo que nosso povo ainda não está preparado para ser livre, apesar de se pregar tanto à liberdade de escolha, está ainda esta muito arraigada aos parâmetros do descobrimento do Brasil. Somos frutos de mandantes e mandados. E, por mais que se fale, em democracia, a consciência do povo está muito longe de compreender realmente o sentido dessa palavra e pô-la, efetivamente, em prática. É claro que tenho o direito de votar em quem eu quiser – ato democrático – mas de que me serve esse direito se a minha consciência ainda está atrofiada? Se não me deram mecanismos, suficientes, para um desprendimento de toda uma cultura que nos acompanha a mais de quinhentos anos.
Aqui entra o papel principal da escola, que é educar para à vida, para à liberdade de pensamento e igualdade social. Um grande e instigante desafio: Mostrar ao aluno o seu valor humano e social na construção de um mundo gerido por uma sociedade capaz de assumir os seus próprios atos. Seguindo sempre, de cabeça erguida, no desenvolvimento de projetos individuais e coletivos. O aluno precisa, se ver capaz e responsável, pelo que acontece em seu entorno através de atividades que este possa ser agente ativo, como em desenvolvimentos de projetos que venham beneficiar à comunidade onde se encontra a sua escola, para depois, ir mais além.

A escola precisa adequar-se às novas necessidades sociais e, pará de agir apenas com transmissão de conhecimentos prontos, conforme funcionou, na era da industrialização. Isto porque – supunha-se – que o aluno, apenas precisava de conhecimentos técnicos, para manejar máquinas. Cada um em sua tarefa específica, extremamente limitado. Hoje, além do técnico, ele precisa ser trabalhado o lado humano. Desenvolver suas potencialidades gerais para atuar, com competência, no mundo globalizado. Por isso, o que deve mover o ensino hoje são as interrogações e não exclamações. Quanto mais dúvidas forem plantadas na cabeça, do aluno, mais este vai pesquisar para obter resposta e, assim, elastecer a sua capacidade de ser pensante e aprendente.

Pelo menos, é isso que penso, e, luto para conseguir nas escolas onde trabalho. Daí, o cuidado na escolha desses gestores cheios de “boas intenções” e poucos conhecimentos. Muitos ainda não acordaram e veem a gestão escolar como um posto para exibirem-se – especialmente a sua incompetência – esquecendo que a humildade é uma virtude que caminha junto à honestidade e respeito a seus pares.

Fui convidada, recente, para concorrer à administração de uma grande escola pública, este ano. Já fui diretora, por onze anos, na rede particular. Foi uma experiência muito boa, mas confesso que gerir uma escola pública, me causa arrepios por causa dos vícios arraigados nos setores públicos. Como exemplo: se é público tem que ser lento, funcionar mal e, eu não comungo com este pensar retrógrado. Sei perfeitamente que muitos colegas educadores já deram grandes passos, para uma melhora educacional significativa, mas é um processo lento e muito ainda temos que fazer para alcançarmos o patamar que nossos alunos e sociedade merecem. Sigo procurando dar o melhor de mim nesta luta constante.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Gosto de falar de mim...



Durante minha trajetória, de vida, venho observando a dificuldade que o ser humano tem em falar de si. Falamos dos visinhos, colegas de trabalho, periquito, papagaio – isso até mesmo em fofoca - mas quando o assunto é falar de nós, travamos. Temos receitas prontinhas, na ponta da língua, para resolver as dificuldades dos outros, quanto às nossas, não há remédio. Entretanto, gosto de falar de mim, ou melhor, tenho necessidade de falar sobre mim. Talvez, por ser filha única, não tive oportunidade de aprender, nas brigas, com os irmãos. É, porque irmão xinga, joga tudo na cara. Daí, o ser vai se percebendo.
Por isso, desde que me entendo por gente, que me observo e estudo sobre o comportamento humano, e, hoje, conheço todos - ou quase - os meus defeitos e qualidades. Alguns defeitos, venho conseguindo domesticá-los, outros não têm jeito, são renitentes. Bom, mas pelo menos eu já sei que os tenho e os aceito. Ruim mesmo era quando não os percebia e alguém os apontava, aí virava uma fera. E ficava remoendo esse “desaforo” por algum tempo.

Mas, agora, tudo mudou, a idade nos traz amadurecimento, compensando os sinais que o corpo faz questão de apontar. Esta é a lei da compensação, um lado cai, mas o outro levanta.
Observo que as pessoas ficam surpresas quando, em conversas, aponto os meus defeitos, me criticam inclusive:
_ Como tem coragem de falar isso sobre você?
_ Ora bolas, porque sou assim.

Descobri que citar meus defeitos é uma maneira de conviver com eles e, também, de administrá-los. Isso tem me ajudado muito a melhorar como ser humano. Já que vivo numa luta diária de adestramento comigo. Não é tarefa fácil, mas se você se empenha, aos poucos, vai obtendo sucesso. Meu grande desejo é, a cada alvorecer, me tornar uma pessoa melhor; mais gente, uma vez que, vivemos num meio, em que não sabemos mais onde estão guardados os seres humanos. Conseguimos ver cascas de estruturas humanas, mas suas ações demonstram serem frios, sem coração, parecendo máquinas. Cadê o calor humano?

A modernidade nos traz conforto, facilidades, avanços na medicina etc, mas cada vez mais individualiza o ser, tirando-lhe a capacidade de avaliar que contribuição, este está dando, à sociedade para o crescimento da nação. Isto, por que, não se pode pensar apenas em si. Ao nosso redor habitam tantos outros. Além do mais, não se vive sozinho. Pensar no outro é também pensar em si. É construir um ambiente em que eu e eles possamos viver bem, em sociedade.

Acredito ser por aí o início de uma nova era, onde o amor seja verbo bem conjugado para que o mundo se torne mais justo e humano. Se cada um fizer sua pequena parte, somando-se a outros teremos uma nação empenhada em fazer o bem. O bem é contagiante!!!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

No brilho do teu olhar...



Tomara que eu consiga, aqui, o meu intento. Falar de um momento lindo e mágico, no qual tive orgulho e prazer de estar presente. Aliás, de quem vou falar pra mim é um presente, recebido numa embalagem, colorida, com sorriso aberto, desavergonhado e encantador. Falando assim parece que vou falar de um lindo caso de amor. E vou mesmo! Meu caso de amor, com uma linda e sorridente morena. Calma, não contrariei a natureza (ou os preceitos sociais?) quanto a minha sexualidade. Mas me apaixono sim por homens, mulheres, coisas... A vida sem grandes paixões o que seria? Um caminhar lento e sem sentido para um fim sem, deixar memórias. Ah, e eu quero deixar muito o que falar! Falem mal, mas, por favor, falem. E, se possível, também falem bem. Morrer sem ser lembrada jamais. Não aguentaria, seria o mesmo que morrer mil vezes.
Voltando a meada, que me embaralhei no fio, este caso de amor começou quando tive a oportunidade de ler, pela primeira vez, uma poesia no jornal O Mossorense, que tinha a minha cara. E vocês podem se perguntar: E poesia tem cara? E como! Cara triste, nostálgica, alegre, revolucionária, transgressora... E lembro muito bem o título da poesia: Transgressão. Parecia eu ter escrito. Me veio a mente, quem seria aquele outro eu. Que mulher fantástica e tão bem dada com as letras. Coincidentemente, nos encontrávamos, aos domingos, na mesma página do referido jornal. Daí então passei a ler seus versos num deguste bem especial. Adorava quando, muitas vezes, aparecíamos lindas e poéticas bem juntinhas, uma acima da outra, em versos, claro.
E, minha curiosidade e vontade a cada dia cresciam, precisava desvendar este mistério: conhecer pessoalmente este meu eu que havia saído de mim, ou eu saído dela. Esta ordem não importa porque, não altera a intensidade da minha admiração. Foi quando num dia azul, com sol alegre, nos encontramos na internet através de Caio César Muniz, presidente da POEMA (Associação de Poetas de Mossoró). Homem culto e corajoso, disseminador da poesia mossoroense, e convenhamos, de nome extremamente poético. A partir deste momento marcamos um encontro real, que ocorreu no dia da poesia em dois mil e sete.
O engraçado nesta história é que minha intuição dizia que, apesar de minha admiração por sua poesia, não iria gostar da poetisa pessoalmente. Pra mim, nela tinha um quê de pedantismo. Quebrei a cara! Meu, outro eu, era de uma simplicidade e alegria contagiante. Daí, nada mais é preciso falar, misturamos os nossos eus que até hoje nem sabemos bem quem é quem: os seus segredos, desejos, sonhos... são iguaizinhos aos meus. Nos vemos pouco, por motivo de versos: responsabilidades, trabalho, distância geográfica etc. Entretanto, é um pouco muito, pois trocamos energia tão positiva, derramada dos nossos corações, que enche o mundo de vida e sorrisos gargalhadas, sejam, onde for, nossos encontros.
Ontem, vinte de junho, meu eu moreno estava com um brilho intenso no olhar. Lançou seu primeiro livro de poesias: Ensaio Poético. Ganhou o concurso Rota Batida – incentivo aos novos talentos de Mossoró pela Coleção Mossoroense da Fundação Vingt-Un Rosado - do qual também participei, a oportunidade de lançar a muitos olhos a sua criação, que vem da alma. Foi o lançamento de livro mais alegre e feliz que já participei, com direito a toda quebra de protocolos.
Aliás, se os tivesse não seria, meu eu moreno, a escritora. E, além de me encontrar em seus versos, ontem me achei no brilho do seu olhar. Isto porque é bom demais ver a felicidade voando feito borboletas coloridas no sorriso de uma amiga. Valeu Ângel, a alegria que derramastes, ontem, em meio às lagrimas, que teimavam em acariciar tua pele morena, de mulher madura, que sabe o que quer da vida: Ser feliz!!!

Para minha amiga Ângela Gurgel com todo o meu carinho.