Durante minha trajetória, de vida, venho observando a dificuldade que o ser humano tem em falar de si. Falamos dos visinhos, colegas de trabalho, periquito, papagaio – isso até mesmo em fofoca - mas quando o assunto é falar de nós, travamos. Temos receitas prontinhas, na ponta da língua, para resolver as dificuldades dos outros, quanto às nossas, não há remédio. Entretanto, gosto de falar de mim, ou melhor, tenho necessidade de falar sobre mim. Talvez, por ser filha única, não tive oportunidade de aprender, nas brigas, com os irmãos. É, porque irmão xinga, joga tudo na cara. Daí, o ser vai se percebendo.
Por isso, desde que me entendo por gente, que me observo e estudo sobre o comportamento humano, e, hoje, conheço todos - ou quase - os meus defeitos e qualidades. Alguns defeitos, venho conseguindo domesticá-los, outros não têm jeito, são renitentes. Bom, mas pelo menos eu já sei que os tenho e os aceito. Ruim mesmo era quando não os percebia e alguém os apontava, aí virava uma fera. E ficava remoendo esse “desaforo” por algum tempo.
Mas, agora, tudo mudou, a idade nos traz amadurecimento, compensando os sinais que o corpo faz questão de apontar. Esta é a lei da compensação, um lado cai, mas o outro levanta.
Observo que as pessoas ficam surpresas quando, em conversas, aponto os meus defeitos, me criticam inclusive:
_ Como tem coragem de falar isso sobre você?
_ Ora bolas, porque sou assim.
Descobri que citar meus defeitos é uma maneira de conviver com eles e, também, de administrá-los. Isso tem me ajudado muito a melhorar como ser humano. Já que vivo numa luta diária de adestramento comigo. Não é tarefa fácil, mas se você se empenha, aos poucos, vai obtendo sucesso. Meu grande desejo é, a cada alvorecer, me tornar uma pessoa melhor; mais gente, uma vez que, vivemos num meio, em que não sabemos mais onde estão guardados os seres humanos. Conseguimos ver cascas de estruturas humanas, mas suas ações demonstram serem frios, sem coração, parecendo máquinas. Cadê o calor humano?
A modernidade nos traz conforto, facilidades, avanços na medicina etc, mas cada vez mais individualiza o ser, tirando-lhe a capacidade de avaliar que contribuição, este está dando, à sociedade para o crescimento da nação. Isto, por que, não se pode pensar apenas em si. Ao nosso redor habitam tantos outros. Além do mais, não se vive sozinho. Pensar no outro é também pensar em si. É construir um ambiente em que eu e eles possamos viver bem, em sociedade.
Acredito ser por aí o início de uma nova era, onde o amor seja verbo bem conjugado para que o mundo se torne mais justo e humano. Se cada um fizer sua pequena parte, somando-se a outros teremos uma nação empenhada em fazer o bem. O bem é contagiante!!!
0 comentários:
Postar um comentário