O mundo muda a passos largos e essas mudanças são vistas a olho nu. O recurso tecnológico que ontem usamos como moderno, hoje já está ultrapassado. E assim a sociedade vem passando por transformações constantes, evoluindo velozmente.
Enquanto assistimos ou acompanhamos esta evolução social, tecnológica e cientifica a escola dorme tranqüila em sua zona de conforto. Acreditando estar tudo bem. Afinal, ela continua desempenhando o seu papel, o aluno é quem mudou e não quer mais nada. Até porque seus pais nem vêm à escola saber como eles estão.
Bom, o fato é que há algumas controvérsias neste pensar. Primeiro, a escola, sem perceber, deixou bem atrás a sua verdadeira função: educar. De mostrar ao aluno portas para realização de seus sonhos. Acredito também, que de alguma forma a escola afastou os pais de suas dependências. Isto porque durante muito tempo estes só eram chamados para ouvir reclamações de seus filhos mal comportados. E, convenhamos, por mais indisciplinado que seja o aluno, ele tem algo que merece ser elogiado. Mas parece que educar é só apontar erros, sem valorizar os acertos, por menor que sejam. Por outro lado, há inúmeras questões que levam um aluno a ser indisciplinado, desde problemas de visão e/ou dislexia até distúrbios comportamentais.
Para isso é mister que boa parte dos educadores ultrapassem a fronteira da ignorância e pisem no terreno plano do conhecimento. Pois, grande parte dos educadores desconhece como funciona o cérebro humano, como um aluno aprende. E, atuam nos dias atuais conforme foram tratados pelos seus mestres. Usando apenas os conhecimentos adquiridos em práticas sem aprofundamento teórico.
Por esses e tantos outros motivos nos deparamos com o caos na educação brasileira: educadores fazem de conta que ensinam e alunos fazem de conta que aprendem. E quem perde com isso é a sociedade. Que por sua vez, tanto educador, como aluno é membro dela. Enquanto isso se percebe uma bola de neve crescendo assustadoramente.
Entretanto, é possível ver uma luz no fim do túnel. Isto porque os novos gestores das escolas estaduais do Rio Grande do Norte, eleitos para o biênio 2010 e 2011 estão sendo pioneiros numa formação direcionada ao processo de gestão. Que teve inicio nos dias 21 e 22/12/09 em Natal/RN. Onde tiveram a oportunidade de discutir sobre o tema com autoridades renomadas como a Dra. Heloísa Lück.
Segundo Lück “A escola é uma organização que sempre precisou mostrar resultados - o aprendizado dos alunos. Porém nem sempre eles são positivos. Para evitar desperdício de esforços e fazer com que os objetivos sejam atingidos ano após ano, sabe-se que é necessária a presença de gestores que atuem como líderes, capazes de implementar ações direcionadas para esse foco. A concepção de que a liderança é primordial no trabalho escolar começou a tomar corpo na segunda metade da década de 1990, com a universalização do ensino público. A formação e a atuação de líderes, até então restritas aos ambientes empresariais, foram adotadas pela Educação e passaram a ser palavra de ordem para enfrentar os desafios”.
Segundo o secretário de educação do RN, o Sr. Rui Pereira, este foi apenas o início de vários fóruns que haverá com esta finalidade. E eu, como um desses membros desta nova gestão muito entusiasmada fico por acreditar na possibilidade de fazermos a diferença nesta perspectiva de uma gestão democrática voltada para apresentar resultados educacionais positivos. Onde toda a sociedade seja beneficiada.
Sou consciente dos inúmeros problemas a serem enfrentados, especialmente os que se referem aos vícios do funcionalismo público enraizado em outras gestões: assiduidade, pontualidade, apoderamento do patrimônio público, entre outros. Mas acredito que quando cada um exercer “vestir” o empoderamento (se sentir membro de uma equipe) novos ventos soprarão a educação brasileira.
Portanto, vamos à luta!