O mundo mudou. E, com ele, uma sucessão de mudanças se faz necessárias para se por nos trilhos, os vagões que trafegam o trem da vida. Trem esse que, inicia seu percurso, nos portões escolares. Lugar onde se trabalha a educação formal. Onde transita livremente o conhecimento por veículos diversos.
Portanto, já não há mais espaço para o ensino tradicional com base na decoreba de conceitos prontos. Para depois serem “vomitados” em provas. A vida é a prova que, hoje, o aluno precisa tirar boas notas para viver bem. Portanto o seu conhecimento precisa ser abrangente, já que esta é ampla.
E, com base neste parâmetro, surgem novas perspectivas de aprender: a conhecer, fazer, conviver e principalmente ser. Pois, neste mundo globalizado, onde predominam os ismos: individualismo, consumismo, selvagerismo... Se não voltarmos o olhar para o saber ser ético, respeitando os valores morais, sociais e ambientais, estaremos numa corrida desenfreada sem saber o rumo que este trem vai aportar.
É nesta visão que vem pautado o novo ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Enfatizando que o aprendizado deve proporcionar ao aluno: conhecimento, procedimento, comportamento e valor. O que viabiliza um ensino voltado para o desenvolvimento de competências e habilidades.
É bem verdade que o ensino fundamentado em competências não abrange uma visão original do processo ensino aprendizagem. Este conceito retoma aos princípios pedagógicos da Escola Nova, que colocou em prática a teoria educacional de Dewey – final do século XIX – tendo com um de seus propósitos inverter a ação pedagógica da escola Tradicional, dando mais ênfase a ação do que a teoria. Permitindo que os alunos percebessem um significado nos conteúdos escolares, uma vez que a escola partia de seus interesses e não de conceitos previamente estabelecidos.
Portanto, um ensino voltado para competências e habilidades envolve o desenvolvimento integral do aluno, contribuindo para a construção do ser: social e humano. Aquele que vem preencher as necessidades do mundo globalizado. Pois evolui, com um olhar voltado para si, o outro e o meio ambiente. Havendo aí, uma consonância entre os seres e o universo. Desenvolve a cognição: saber; percebe suas habilidades: saber + fazer; adquire atitudes: saber + fazer + ser. Afinal, de que serve ao homem o conhecimento, se este não souber transitar entre seus pares e o ambiente com ética.
O interessante é que há mais de vinte e três anos, quando iniciei minha carreira como educadora, já pensava e agia assim. Sempre busquei estudar, especializar-me em minha área e fazer leituras variadas, além de por em prática minhas convicções. E constato, hoje, orgulhosa, que meus ex-alunos são condecorados entre os melhores nas escolas que estudam. Para um educador, não há prêmio melhor do que ouvir isso. Saber que contribuiu, de forma positiva, para o crescimento de tantas crianças, jovens e adultos. São nesses momentos que abraço a felicidade, enquanto esta me sorrir perfumada.
Felizmente, tenho o prazer de continuar semeando, nas escolas, esse meu fio de esperança entre meus pares. Estou dando aulas aos alunos das 3ªs Séries do Ensino Médio para as provas do ENEM. Concomitantemente, oriento aos professores – sou coordenadora pedagógica – do 6º ao 9º do Ensino Fundamental II e Médio. E, recentemente, fiz uma pesquisa com alunos, professores e funcionários, da escola que trabalho, para saber a opinião deles quanto às aulas desenvolvidas através de projetos didáticos, que são orientadas por mim, a equipe de professores. E, as opiniões não me foram surpresas: todos percebem os resultados positivos. Desde o comportamento dos alunos a aprendizagem dos conteúdos, que é o foco da escola, mas não pode ser o único. O aluno é, antes de tudo, um ser humano. Por isso precisa ser regado, diariamente, com: carinho, atenção e respeito para consequentemente aprender os conteúdos propostos pela escola.
Penso ser fácil mudar o mundo. Difícil é fazer com que as pessoas acreditem nesta possibilidade, uma vez que vêm sendo massacradas por um sistema político, social desumano. Mas, enquanto isso, sigo pondo, aqui e ali, meu punhado de amor. E, quem sabe, juntando ao seu, vai crescendo... crescendo... e se torna uma montanha de amor pulverizando o mundo. Afinal, amar não me custa nada, além de simples batidas do meu coração saudável.
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