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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

É TEMPO DE COMEMORAR



Alegria para mim é de graça. Só depende do meu querer abraçá-la e ser feliz. Não entendo porque muita gente fica esperando o dia de ser feliz, se pode ser hoje. O ser humano, de modo geral, conserva cada hábito estranho. Só vendo para acreditar. E, vejo com olhos de insatisfação por saber ser possível fazer diferente, ser diferente, ser feliz. Há pessoas que têm até vergonha de sorrir, de semear alegria. Acredito que não é proibido ser feliz. Mas, se for, eu sou assim mesmo. Pois posso agarrar a minha felicidade. E, sendo assim, ela não me escapa. Se é minha, uso-a.

Trazendo esse meu pensar para a minha profissão de educadora. Neste espaço é que “torna-se impossível” ser feliz: ganhamos tão pouco; os alunos não querem aprender; a educação não tem jeito; não somos respeitados nem pelo sistema, nem pelos alunos e pais. Ora, ora, eu diria que respeito se conquista! E, se nós não conquistamos nem o direito de sorrir felizes, como alguém vai respeitar um profissional de cara amarrada, insatisfeito? Coitado dos profissionais da educação, vão morrer todos de tristeza. É um acúmulo de infelicidade tão grande que haja enchedeira para desobstruir o caminho livre e arejado do coração.

Se fizermos uma pequena reflexão, se voltarmos um olhar panorâmico para a educação brasileira, vamos encontrar sim motivos de sobra para sermos felizes em nossa tão honrada profissão. Mas, se apenas limitarmos o nosso olhar para a questão financeira – que é muito importante – realmente o quadro é só de lamentações. Isso para quem gosta de se lamentar. O que felizmente, não é o meu caso.

Costumo, antes de reclamar, ver o que eu estou fazendo, de útil, para contribuir com mudanças significativas em minha vida, na dos outros e, consequentemente, nas vidas do mundo. E, convenhamos, além de sermos um verdadeiro muro de lamentações, nas escolas, que habilidades estamos desenvolvendo em nossos alunos para que, futuramente, eles possam honrar o nome dos profissionais da educação?

Será que não estar na hora de agirmos mais em defesa de nós mesmos, realizando nossas atividades com mais afinco e fé, acreditando que estes alunos, que estamos formando hoje, vão ser profissionais de cabeça erguida. Capazes de lutarem por seus direitos porque cumprem bem com suas responsabilidades.

Será que se fossemos mais éticos e usássemos mais honestidade em nossas relações e se não agíssemos apenas de acordo com os nossos interesses não teríamos argumentos suficientes e respaldos práticos para lutarmos por melhoria em nossa categoria?

Observo que culpar os outros pelos nossos fracassos é muito fácil, agora admitir nossas falhas é outra história. Portanto, acredito estar mais do que na hora de, nós educadores, olharmos mais para nossas ações, admitir nossas limitações e nos unirmos na luta por uma educação melhor.

O nosso aluno, ávido por saber, agradece. E o país também. Afinal somos parte de um sistema aí posto. E mantê-lo ou melhorá-lo depende de nossa competência.

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